A antropologia e sociologia das insurgências é uma proposta de teoria e método que coloca a centralidade das análises na(s): 1) infrapolítica e dialética dominação/resistência, privilegiando formas subalternas e periféricas de política e movimento social ; 2) formas de insurgência (processos políticos que usam da violência civil não letal e da violência militar) e os sistemas políticos não estatais, como autogovernos e autonomias territoriais.
São desenvolvidos estudos históricos e teóricos acerca de formas de pensamento e saberes insurgentes (entendidos como saberes oriundo da luta, formas de conhecimento que visam elaborar epistemologias e teorias críticas das formas dominantes de saber-poder) e seus impactos sociais e históricos. Essa linha estimula a reflexão epistemológica e teórica crítica legada pelo anarquismo (especialmente, mas não exclusivamente), pelo sindicalismo, pelo pensamento de povos indígenas e tribais e sua contribuição para as ciências humanas contemporâneas. Nesse âmbito, busca-se problematizar as bases epistemológicas e ideológicas das ciências e a relação mais geral entre ciência e política.
O objetivo principal é desenvolver a crítica epistemológica e teórica das formas de eurocentrismo, racismo, elitismo, machismo, autoritarismo e a reversão dessas críticas para análise científica, de maneira a fazer outra sociologia das formas de dominação e resistência, que reconheça o protagonismo dos trabalhadores, das mulheres, dos povos e minorias. São objetos de estudo as teorias produzidas de baixo e da periferia, os saberes subalternos e descoloniais, a educação e a pedagogia, o sindicalismo, as greves e formas de ação coletiva, as revoltas camponesas, indígenas e populares e as revoluções e contrarrevoluções.